11 de nov. de 2008

CCN - Construção Civil News

Construção civil ainda resiste à crise
Reflexos da turbulência financeira mundial não geraram retração, mas setor está alerta a possíveis mudanças em 2009
Tisa Moraes
Após comemorar o ‘boom’ imobiliário dos últimos três anos em Bauru, o setor da construção civil começa a ficar em alerta quanto à crise financeira global que já afeta outras atividades da economia. Mas, embora haja previsão de desaceleração para 2009, o segmento ainda não sente os reflexos da instabilidade econômica iniciada em setembro passado com a quebra de bancos norte-americanos.

Indicadores do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) dão conta de que o o setor fechará o ano com crescimento de 10%, mesmo índice obtido em 2007. No entanto, para o ano que vem a projeção é que este número fique em torno de 5%.

“Este é um setor que depende muito de crédito, então não dá para dizer que ele ficará incólume à crise. Só que isso ainda não está acontecendo”, afirma Ralph Ribeiro Júnior, diretor regional do SindusCon.

Neste ramo, conforme explica Cláudio da Silva Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Bauru, as empresas estabelecem um planejamento de investimento a médio e longo prazos e, por isso, não são afetadas de maneira imediata. “As obras que tiveram início neste ano ainda têm um ou dois anos para serem concluídas. Só depois desse prazo é que alguma coisa pode mudar”, observa. No momento, as grandes construtoras que recentemente abriram capital no mercado externo são, em sua análise, as únicas afetadas.

Uma outra justificativa apontada por Gomes é o fato de a construção civil não depender financeiramente de insumos do Exterior, mas sim de poupança interna e crédito. “Tanto é que empresas da cidade continuam adquirindo áreas prevendo uma expansão futura”, enfatiza, frisando que o setor sofre com a falta de materiais básicos, principalmente cimento e ferro, por conta do aquecimento na construção civil.

“E temos um déficit de quase mil profissionais para abastecer o mercado. Se houvesse trabalhadores com mão-de-obra qualificada, todos estariam contratados. Há cinco anos, 3 mil deles estavam desempregados”, pontua.

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